quarta-feira, 22 de outubro de 2008

As Aventuras de Philos & Sophos

As Aventuras de Philos & Sophos

Era mito para cá, mito para lá. Era mito para todo lado e para todos os gostos. Até que um dia, graças aos "deuses", surgiu um que colocou em duvida tal crenca e afirmava que tais criaturas não passavam de mero mito. E para provar que estava certo, convidou tres amigos mais proximos para ajuda-lo a provar sua teoria. Propos que escalassem o monte mais alto de Atenas, o monte Olimpo, e de lá do alto, o ponto mais próximo da morada dos "poderosos" lancariam seu desafio aos deuses imaginarios. Um dos amigos,alias, diga-se de passagem, o mais atirado e audacioso, possionou-se mais alto e afastado dos amigos, partiu para um ataque mais ousado, começou a gritar mais forte e alto, terríveis impropérios aos deuses.

Infelizmente nossos valentes amigos não haviam escolhido um bom dia para realizar o seu teste de coragem e prova da verdade, pois, apesar de quando iniciaram a subida ao cume do monte, o dia estivesse limpo e claro, pouco tempo depois muitas nuvens escuras formaram-se rapidamente sobre o mesmo. E no exato momento que o nosso corajoso amigo gritava, ou melhor, berrava os maiores insultos, um raio o atinge em cheio. Dois dos amigos ao presenciarem tão assustadora cena caem em desabalada correria, debaixo de uma forte chuva que imediatamente começou a cair. Sophos corre para socorrer o amigo, mas nada pode fazer, o amigo esta morto. Lamenta e chora tao grande perda e tenta desculpar-se, mas o amigo ja nao pode ouvi-lo. Sophos repousa a cabeca do nobre amigo ao chao e corre para alcancar seus assustados amigos, pois, sente-se responsavel por todos e assusta-se ao pensar que algum poderia se ferir ao tentar descer o monte naquela correria. Ao alcançarem o pé da montanha, um pouco mais refeitos do susto e do cansaço seguem tristes e silenciosos para suas casas.

No dia seguinte, pela manhã, bem cedo, os três voltam a se reunir ao pe do monte, e resolvem, que ,apesar de toda a "fúria" dos deuses, os mesmos teriam que enfrentar o medo, pois, precisam, a qualquer custo, resgatar o corpo do amigo que ficou para trás, para que assim, lhe fosse dado o obrigatorio e merecido funeral. Agora com este "nobre pensamento" enfrentariam a terrível subida, e dessa vez, o que se pode ouvir de suas bocas foram lamentações e mil pedidos de perdão aos poderosos deuses. Sophos nao emitiu um unico som. Permaneceu calado durante toda a subida. O dia estava maravilhoso, com um céu azul nunca visto antes, o que contrastava com a tristeza dos amigos sobreviventes. Nao precisava nem ser telepata para ler o pensamento dos tres naquele instante em que observavam o corpo inerte do amigo caído na lama; -Vejam o que acontece aos que nos desafiam. Limpamos a terra desta sujeira insolente e agora tudo está mais limpo e belo. Criaturas desprezíveis!. O que são vocês diante dos deuses? Que isto lhes sirva de licao e jamais voltem a nos desafiar! Em silêncio os tres amigos resgatam o corpo do amigo e descem para enterra-lo.

Um breve tempo após aquela terrível experiência, Sophos, ensaia uma reaproximação, apesar da insistência de Sensuscomuns em não querer mais tocar no assunto e também afirmar, sem nenhum constrangimente ,que, sequer desejaria retornar a ver a cara dos dois amigos malucos novamente. Sophos, graças a sua sincera e boa argumentação, consegue reuni-los novamente. Mas, com a promessa que jamais tocariam no assunto. O que foi feito no primeiro encontro. No entanto, graças à determinação de Sophos, que além de bom argumentador era também muito sábio, convenceu Philos a rediscutir o ocorrido. Sophos afirmou que o amigo Cienthos havia morrido de causa acidental, e que o relâmpago é uma manifestação normal em dia de chuva. E para isto desafiou os amigos para um novo teste da verdade. Eles retornariam ao monte, e seus amigos não precisariam participar do enfrentamento, teriam simplesmente a função de meros espectadores e testemunhas do feito. A resistência foi grande por parte dos amigos, mas por fim acabaram aceitando, já que ficariam de longe, só olhando.

Sophos escolheu um belo dia de verão, claro e ensolarado. Os amigos Philos e Sensuscomuns tremiam de medo durante a subida. Ao se aproximearem do topo, Sensuscomuns desistiu e resolveu ficar um pouco abaixo dos amigos onde pudesse presenciar um pouco do desafio. Philos e Sophos insitiram, mas, acabaram por compreender o temor do amigo e assim continuaram seu caminho até o topo. Ao alcançar seu objetivo, Sophos não perdeu tempo e iniciou seu desafio imediatamente. Todo o tipo de desafios e injurias foram lançados aos céus por Sophos e nada aconteceu, ele permanecia ali vivinho da silva, todo alegre. No entanto Philos não se deu por satisfeito e desafio Sophos; - Os deuses hoje devem estar distraídos ou muito ocupados em algum banquete para prestar atenção a um simples mortal, como você Sophos! Ao que ele respondeu de pronto; - Não repararam a mim, mas a Cienthos sim, qual a diferença? Acredito que não haja diferenças ou mesmo preferências entre nós. Acredito sim, que isto tudo seja uma fantasia para enganar e prender o homem as trevas da ignorância. Assim como Cienthos, também sou um simples mortal. Também terei meu dia, mas não nas mãos de uma fantasia tola, cujo único mal que podem causar é assustar crianças e homens presos a uma fé sem provas. Philos, mesmo com as palavras e a demonstração de coragem de Sophos não se sentiu seguro. Sophos repetiu o desafio mais três vezes para o agrado e para convencer de vez o amigo, e na presença do amigo Philos, Sophos vaticinou: - Amigo, aqui com os seu testemunho, e sob os últimos raios de Sol deste dia que já se vai, todos saberão que um dia, aqui no alto deste monte, que ainda é, mas um dia não será mais, símbolo da credulidade tola deste povo em coisas que não existem e que os prendem a ignorância. Eu afirmo; a busca da verdade terá o nome de Philosofia, pois é a junção dos nomes daqueles que um dia desafiaram o medo e a escuridão da ignorância para provar que os homens conscientes são aqueles que buscam a verdade obtida com o maior dom do homem, a Razão. E ao nosso amigo Cienthos que tombou, dando a vida para provar a sua certeza, daremos a este esforço na busca do conhecimento, o nome de Ciência, e o seu exemplo será seguido por aqueles obstinados homens que nunca descasarão dando o suor de seus rostos em busca desta nobre causa; o conhecimento.

Ao ouvir estas palavras, o quarto amigo que até então estava quieto e se aproximava, afirmou; - Eu já sabia que estes deuses não passavam de conversa fiada! Philos rebate: - Por que então não fez nenhum teste, nenhum desafio? O quarto amigo: - Não sinto necessidade de perder meu tempo com estas bobagens! Philos dispara: Como fazes então? O quarto amigo: - Sigo minha intuição. Sophos interveio: - Amigos, vamos deixar como esta, por enquanto, pois já é tarde e não é seguro que descemos sem a proteção da luz do Sol. E declarou ainda: - “Philos” e “SensusComuns”, as asas da sabedoria acabam de ser abertas, um novo mundo nos espera para que o descubramos, assim proponho que deixemos esta discussão para uma outra hora e tratemos alçar nosso voo de descida para este novo mundo que agora se mostra verdadeiramente.

Assim a Filosofia desde aquela época segue seu caminho em busca da verdade; questionando, duvidando e sempre desconfiada daquelas verdades que já vêem prontas e bem embaladas, ao lado da amiga Ciência, que gosta de experimentar, testar e comprovar. Isto não quer dizer que por vezes tenham suas discordâncias, como acontece todo bom amigo de verdade. Ah! Não podemos nos esquecer do amigo Sensus Comuns que sempre ao lado dos dois dando seus sábios “pitacos” e servindo muitas vezes de inspiração aos amigos da Ciencia e Filosofia .